A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) convocou uma sessão extraordinária de seu Conselho Federal para o próximo sábado (20) a fim de discutir a possibilidade de pedir o impeachment do presidente da República, Michel Temer (PMDB). O presidente da OAB, Claudio Lamachia, teve audiência com o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta quinta-feira (18), e obteve do ministro a informação de que será possível analisar os conteúdos do acordo de colaboração dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS e da holding J&F.
Dizendo-se “estarrecido com os fatos que estão sendo noticiados”, Lamachia justificou a necessidade de os 83 conselheiros da OAB analisarem o material completo antes de tomar tal posição. “Tivemos a confirmação do ministro Fachin, na conversa, que ele reiterou que mandou levantar o sigilo no fim da tarde”, disse o presidente da OAB.
A decisão da ordem deve sair sábado, segundo Lamachia. “Imagino que sim. Pelos elementos que temos, nós teremos uma definição do Conselho Federal, a partir das provas, a partir do exame técnico do que se irá ter no sábado. A partir do levantamento do sigilo, eu imediatamente fiz a convocação”, disse. “Agora vamos ver quais vão ser os dedobramentos em cima de tudo isso”, comentou.
Lamachia disse que convocou a sessão extraordinária do Conselho Federal “para apreciar todos esses fatos que estão denunciados, todas as situações que estão postas neste processo, e avaliaremos o pedido de impeachment”.
O presidente da OAB também disse não ser possível, nesse momento, fazer alguma comparação entre a situação atual e a que motivou o posicionamento da ordem pró-impeachment de Dilma Rousseff.
“Tenho dificuldade agora de traçar um paralelo e diferenças sobre uma situação e outra porque ainda não examinamos toda a gama de provas. A partir do momento que a ordem examine e se posicione, eventualmente, sobre um eventual pedido de impeachment, aí poderemos traçar um paralelo”, disse.
“O papel da OAB é um papel que tem como fundamental a defesa da constituição federal, a defesa dos institutos jurídicos e das leis e é isso que vamos fazer”, encerrou.