O Papa Francisco elevou a Diocese de Joinville à dignidade de Arquidiocese e o Bispo, Dom Francisco Carlos Bach, antes Bispo Diocesano, a Arcebispo Metropolita. Assim sendo, a Igreja Particular de Joinville deixa de ser sufragânea da Arquidiocese de Florianópolis, e passa a presidir a nova província eclesiástica tendo as Dioceses sufragâneas de Blumenau e Rio do Sul. O anúncio ocorreu nesta terça-feira, dia 5 de novembro. A Missa de instalação será em fevereiro de 2025.
O título de Arquidiocese é também um reconhecimento da Santa Sé da importância histórica, social e pastoral da Igreja Particular de Joinville que tem se destacado ao longo do tempo prestando um serviço de qualidade aos seus fiéis e à sociedade civil como um todo.
O Metropolita não dispõe de poder de regime ou de governo nas dioceses sufragâneas, mas cabe a ele a presidência da província eclesiástica, convocar e presidir o concílio provincial e o desempenho de algumas competências elencadas no Código de Direito Canônico cân. 436, a saber: vigiar pela disciplina eclesiástica; visita canônica em caso de omissão do Bispo sufragâneo e designar Administrador Diocesano nos casos previstos pelo direito canônico.
O título de Arcebispo Metropolita não representa um grau hierárquico a mais na Igreja Católica, contudo, para manifestar os laços de comunhão com a Sé Romana, o Metropolita recebe do Papa o Pálio, paramento litúrgico feito de lã branca, com seis cruzes, usado em modo de escapulário como sinal da condição de arcebispo.
A Arquidiocese de Joinville conta hoje com 66 paróquias, 155 padres, 95 diáconos e fazem parte de sua circunscrição 18 municípios do norte catarinense com uma população estimada de 1.350 milhões de pessoas.
A figura do Arcebispo
Dom Francisco Carlos Bach recebe do Papa Francisco a dignidade de Arcebispo Metropolita da nova Arquidiocese de Joinville. A palavra Arcebispo vem do grego, de Arke + Epíscopos e significa Bispo principal. A condição de Arcebispo não se refere a um novo grau do sacramento da ordem, pois este se recebe somente nos seus três graus: episcopado, presbiterado e diaconato, mas representa uma dignidade que fica abaixo somente da dignidade cardinalícia e o título é concedido apenas pela nomeação do Papa.
Ao mesmo tempo esse título serve para reconhecer a importância de algumas sedes episcopais do ponto de vista histórico e social, a esse título atualmente não estão vinculadas funções especiais de governo, mas de presidência de sua província eclesiástica.
Desde muito cedo a Igreja reconheceu a algumas igrejas particulares um destaque especial como às sedes episcopais de Roma, Jerusalém, Alexandria e Antioquia. Já no século IV temos notícias da organização metropolitana presidida por um bispo metropolita que mais tarde recebeu o título de Arcebispo. Desse modo, o Arcebispo Metropolitano designa historicamente o ofício eclesiástico daquele que preside uma Sé reconhecida pelo Papa como principal na província eclesiástica.
A província eclesiástica
O Papa Francisco criou duas novas províncias eclesiásticas no Estado de Santa Catarina: Joinville e Chapecó, reestruturando a organização eclesial do estado catarinense. A Arquidiocese de Florianópolis havia sido criada em 17 de janeiro de 1927, antes pertencente a Província Eclesiástica de Curitiba-PR, e todas as demais dioceses do estado lhe eram sufragâneas.
A partir de hoje, então, o Regional Sul IV da CNBB, que corresponde ao Estado de Santa Catarina, passa a ser composto por três províncias eclesiásticas: Joinville, sendo-lhe atribuídas as dioceses sufragâneas de Blumenau e Rio do Sul, a nova província eclesiástica de Chapecó, sendo-lhe atribuídas as dioceses sufragâneas de Caçador, Joaçaba e Lages.
As dioceses de Tubarão e Criciúma permanecem como sufragâneas da Metropolia de Florianópolis. A província Eclesiástica agrupa um conjunto de Igrejas Particulares vizinhas (dioceses) no âmbito de um mesmo território. O objetivo é favorecer as relações mútuas entre as autoridades que as governam.
Uma província eclesiástica pode ser erigida, modificada ou suprimida somente pela autoridade suprema da Igreja, o Papa. Esse modelo de organização foi inspirado na divisão administrativa do Império Romano sendo adotado pela Igreja de modo oficial desde o Concílio de Niceia no ano 325 d.C. No Brasil temos hoje 48 províncias eclesiásticas já contando as duas novas recém-criadas pelo Papa Francisco.