O atendimento a pacientes renais de Mafra (Santa Catarina) e região teve grandes avanços em 2023, com a inauguração de um novo espaço do Centro de Tratamento de Doenças Renais (CTDR) de Mafra, unidade parceira da Fundação Pró-Rim, que atende paciente SUS.
Além disso, a equipe do CTDR iniciou a realização de procedimento de hemodiálise diferenciado para pacientes graves, a plasmaférese. O CTDR funciona anexo ao Hospital São Vicente de Paulo.
Responsável técnico do CTDR, Dr. Rafael Marques, contou que o procedimento de plasmaférese foi realizado pela primeira vez em Mafra, em paciente internada na UTI do São Vicente. “Foi utilizado para o tratamento de pancreatite grave por excesso de triglicerídeos no sangue, obtendo sucesso na redução do nível sanguíneo de triglicerídeos”, disse o médico.
O tratamento de plasmaférese, que é semelhante à hemodiálise, é indicado a pacientes com doenças autoimunes como lúpus, miastenia grave, algumas doenças infecciosas como Síndrome de Guillain Barré.
E na nefrologia especificamente, a plasmaférese é utilizada para tratamento de rejeição de transplante e algumas doenças glomerulares, relacionadas ao rim.
Conheça mais sobre a plasmaférese
Esse procedimento é realizado por uma máquina chamada Prisma. O mesmo equipamento realiza a plasmaférese e a hemolenta, uma hemodiálise contínua. Na plasmaférese são removidos elementos do plasma sanguíneo que possam ser responsáveis pelas doenças mais graves e autoimunes. “Na plasmaférese é quando a gente separa o plasma do restante do sangue, retira esse plasma e devolve um plasma novo ou um soro com albumina”, explica a médica nefrologista do CTDR, dra. Bárbara Ferrari.
Já a hemolenta é a diálise mais prolongada, indicada para pacientes graves, internados na UTI, e que não toleram hemodiálise convencional, além de fazerem uso de medicações mais fortes, com dosagem muito alta. Esse procedimento é uma diálise de longa duração. Enquanto as convencionais duram de três a quatro horas. Essa pode levar até 72 horas.
A hemolenta funciona filtrando o sangue, substituindo o rim, no sentido de filtração das escoras nitrogenadas, da ureia, da creatinina, do potássio, correção dos ácidos do paciente. Mas é para pacientes específicos, muito graves, que instabilizam muito durante a diálise”, afirma a dra. Bárbara.
Estrutura maior e mais moderna
Com uma estrutura mais ampla e moderna, o Centro de Tratamento de Doenças Renais (CTDR) de Mafra, unidade parceira da Fundação Pró-Rim, inaugurou o novo espaço em agosto, anexo ao Hospital São Vicente de Paulo. A unidade iniciou as atividades em 1995, um sonho do dr. José Aluísio Vieira e do dr. Hercilio Alexandre da Luz Filho, de implantar uma unidade de tratamento aos pacientes renais no Planalto Norte de Santa Catarina. Hoje são 104 pacientes, de diferentes municípios, entre eles Rio Negrinho e Rio Negro (Paraná) atendidos através do SUS pelo CTDR.