Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou, nesta quarta-feira (4), que vai recorrer da decisão que absolveu o cunhado de Ana Hickmann, Gustavo Correa. Ele responde a um processo pelo assassinato de Rodrigo Augusto de Pádua, que planejou um atentado contra a apresentadora em um hotel de Belo Horizonte, em 2016.
“É um absurdo a absolvição”, disse o promotor responsável pelo caso, Francisco Santiago. Segundo ele, um recurso será apresentando ainda nesta tarde no Fórum Lafayette. De acordo com a decisão da juíza do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Âmalin Aziz Sant’Ana, Correa agiu em legítima defesa. Por isso, além de absolvê-lo, a magistrada entendeu que o cunhado de Ana Hickmann não deve ir a júri popular.
“Não tem como aceitar a legítima defesa. (…) Vou lutar até o fim [para que Correa vá a júri popular]”, afirmou Santiago.
A defesa de Gustavo Correa afirmou que já era esperado que o MPMG questionasse a decisão. “A gente reforça o posicionamento da sentença, que é irretocável. Temos certeza que o Tribunal de Justiça vai confirmar a decisão da juíza Âmalin”, disse o advogado Maurício Bemfica. Por meio de uma rede social, o cunhado de Ana Hickmann também se posicionou sobre a decisão da Justiça mineira. “Agora são três decisões favoráveis a mim contra a de um promotor que insiste em me condenar. Siga em frente na sua empreitada em destruir com a minha vida que eu sigo com minha defesa. Fiz e faria tudo de novo, sempre disse isso. Saí para trabalhar enquanto esse psicopata saiu pra dizimar uma família. Segue o jogo da vida, que mais parece uma montanha russa”, comentou Correa.
O Processo
A apresentadora Ana Hickmann sofreu um atentado por um “fã” na capital mineira, em maio de 2016. O crime aconteceu dentro de um hotel no bairro Belvedere. Gustavo matou Rodrigo após este atirar contra sua mulher, Giovana Oliveira, assessora da apresentadora. O cunhado de Ana Hickmann foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso, quando há intenção de matar. O argumento do promotor Francisco Santiago é que como Rodrigo foi morto com três tiros na nuca, houve excesso de legítima defesa e se configura um crime de homicídio. A juíza considerou a luta corporal entre Gustavo e Rodrigo, sem que o fã largasse a arma, a tensão do réu e a ausência de fatos que comprovem que o cunhado de Ana Hickmann estaria no controle da situação quando atirou.
O Atentado
Rodrigo Augusto de Pádua, que era de Juiz de Fora, na Zona da Mata, estava hospedado no mesmo hotel que Ana Hickmann, no dia 21 de maio de 2016. Segundo o boletim de ocorrência, ele rendeu Gustavo e o obrigou a ir até o quarto de Ana, onde também estava a mulher dele, Giovana, que é assessora da apresentadora. O delegado de Homicídios Flávio Grossi contou à época do crime que Ana Hickmann desmaiou depois que Giovana, já baleada, caiu de costas sobre seu braço. As duas foram socorridas pelo cabeleireiro que atenderia a modelo. Ele chegou a gravar, no telefone, trechos da conversa de Rodrigo com a equipe de Ana Hickmann rendida dentro do quarto. As duas mulheres deixaram o quarto no momento em que Gustavo começou a lutar com Rodrigo. Na luta, Rodrigo foi morto com três tiros. Giovana contou, em depoimento, que o “fã” falou em “roleta russa”.
Após ser baleada, Giovana ficou internada em um hospital de Belo Horizonte até o dia 25 de maio, quando foi transferida para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ela teve alta no dia 2 de junho de 2016. No perfil que Rodrigo mantinha no Instagram, todos os posts eram relacionados à apresentadora, que o fã dizia amar. Flávio Grossi disse que a família de Rodrigo Augusto de Pádua sabia do fascínio do jovem pela modelo.