O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial do país – ficou em 1,73% em abril, após ter registrado taxa de 0,95% em março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para o mês desde 1995, quando ficou em 1,95%. Gasolina puxou alta de preços
Com alta de 7,51%, a gasolina foi a principal responsável pela alta da inflação no mês, respondendo por 0,48 ponto percentual. Houve altas acentuadas também do diesel (13,11%), do etanol (6,6%) e do gás veicular (2,28%), levando a alta dos transportes a 3,43% na prévia do mês.
Ainda entre os transportes, as passagens aéreas, que haviam recuado em março (-7,55%), subiram 9,43% em abril. Os preços do seguro voluntário de veículo (3,03%) aceleraram pelo oitavo mês consecutivo, acumulando 23,46% de variação nos últimos 12 meses. Houve altas ainda nos preços dos táxis (4,36%), nas passagens de metrô (1,66%) e dos ônibus urbanos (0,75%).
Veja a inflação de março para cada um dos grupos
- Alimentação e bebidas: 2,25%
- Habitação: 1,73%
- Artigos de residência: 0,94%
- Vestuário: 1,97%
- Transportes: 03,43%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,47%
- Despesas pessoais: 0,52%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: -0,05%
Alimentos cada vez mais caros: Encher o carrinho do mercado está cada vez mais difícil. Os preços dos alimentos e bebidas avançaram 2,25% na prévia do mês, puxados por aqueles consumidos dentro de casa.
Veja os destaques de alta:
- tomate: 26,17%
- leite longa vida: 12,21%
- cenoura: 15,02%
- óleo de soja: 11,47%
- batata-inglesa: 9,86%
- pão francês: 4,36%
Gás de cozinha, encanado e conta de luz subiram
Cozinhar alimentos também pesou mais: o gás de botijão ficou em média 8,09% mais caro, enquanto o gás encanado subiu 3,31%.
Já a energia elétrica teve alta de 1,92%, influenciada pelos reajustes de mais de 15% nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (11,25%).
Inflação por regiões
Em abril, a inflação ficou maior em todas as áreas pesquisadas.
A maior variação ocorreu em Curitiba (2,23%), influenciada pela alta de 10,25% nos preços da gasolina. Já o menor resultado ficou com Salvador (0,97%), onde houve queda de 1,46% nos artigos de higiene pessoal e de 8,14% nas passagens aéreas.
Meta para o ano e projeções
A média das expectativas do mercado para a inflação fechada de 2022 está atualmente em 7,65% – mais do dobro do centro da meta para o ano, mas ainda abaixo dos 10,06% registrados em 2021. Com isso, se confirmada a previsão do mercado, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 11,75% ao ano. E a Selic deve continuar a subir, atingindo 12,75%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, segundo sinalização do BC.
As previsões de inflação começaram a subir com mais intensidade após o aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras em março, em meio à disparada do preço do petróleo — reflexo da guerra na Ucrânia.
Para 2023, os economistas estimam em 4% a taxa de inflação e Selic a 9%. Para o próximo ano, a meta foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
O brasileiro esta empobrecendo
Após dois anos de pandemia o brasileiro está empobrecendo, com os números da inflação mais elevados, com uma política de juros elevados acima do teto e o salário mínimo subindo menos que a inflação desde 2019.
O cenário é preocupante, os ganhos do trabalhador não acompanham os preços da alimentação, dos serviços básicos necessários, como energia elétrica, água, saúde e principalmente dos combustíveis.
Os que menos ganham são os que mais sofrem
Com a inflação nesse patamar corroendo o poder de compra das famílias, as famílias que menos ganham são as que mais sofrem, ou as que mais tem dificuldades de comprar o básico e ainda pagar contas como energia elétrica, água, gás de cozinha entre outros. Estima-se que as classes “B” e “C” poderão ser extintas em cerca de um ano, essa projeção segundo estudos, será mantida apenas a classe “A”, sendo os mais ricos (que devem diminuir), estes totalizando 8% da população e as demais classes serão alocadas apenas na classe “D” e “E”.
Os Juros
A política de juros no Brasil é equivocada, em países desenvolvidos, os juros são elevados para conter o consumo e equilibrar a inflação. No Brasil os juros altos com o poder de compra já fragilizado, não estimula a economia, não gera consumo, não gera produção, não estimula a indústria e retrai o emprego e renda.
Fonte: Agência Nacional/EBC