Seis pessoas permanecem internadas após ataque em Aracruz
Segundo informações atualizadas da Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa), seis pessoas permanecem internadas após o ataque de um adolescente de 16 anos contra duas escolas no distrito de Coqueiral, em Aracruz (ES), na manhã desta sexta-feira (25). Eles são atendidos em três instituições hospitalares. Três professoras foram encaminhadas para o município de Serra (ES), a cerca de 40 quilômetros do local dos ataques. Os estado de saúde de todas elas é considerado grave. Com perfurações no corpo, as vítimas com idades de 38, 45 e 52 anos estão sendo submetidas a cirurgias no Hospital Estadual Doutor Jayme dos Santos Neves.
Outra professora, de 58 anos, está sendo atendida em Vitória, no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas”, a cerca de 65 quilômetros de Coqueiral. Com perfurações em membros inferiores, ela possui estado de saúde estável e seu quadro está sendo avaliado por exames laboratoriais e de imagem. Também na capital capixaba, o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória atende dois alunos em estado gravíssimo: um menino de 11 anos atingido no abdome e uma menina de 14 anos ferida no crânio e que está atualmente entubada. Segundo a Sesa, ao todo foram atendidas 16 vítimas, com três mortes nos locais do ataque.
Ataque: A ação do adolescente teve início por volta das 9h30 e começou pela Escola Estadual Primo Bitti, onde ele arrombou o cadeado de um dos acessos e fez disparos na sala dos professores, causando duas mortes e deixando vários feridos.
Em seguida, o atirador entrou em um carro e se dirigiu ao Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma instituição privada. No local, efetuou novos disparos, tirando a vida de uma aluna e ferindo outras vítimas. A Polícia Civil iniciou de imediato a investigação que possibilitou a apreensão do adolescente, filho de um policial militar, que confessou o crime. Já se sabe que ele usou duas armas de responsabilidade do pai: um revólver de calibre .38, de propriedade privada, e uma pistola calibre .40, pertencente à Polícia Militar.
Ele também levava três carregadores. O governador Renato Casagrande confirmou que, no momento do crime, o adolescente usava uma braçadeira com um símbolo nazista.
Imagens das câmeras de segurança registraram a ação. O atirador vestia roupa camuflada e uma máscara de esqueleto, similar à usada em fotos nas redes sociais por um dos autores do massacre ocorrido em 2019 na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP). Durante a apreensão, o adolescente não explicou à Polícia Civil por que fez os ataques.
O delegado João Francisco Filho disse que ele estava tranquilo e não manifestou arrependimento. A apuração preliminar apontou que ele fazia tratamento psiquiátrico. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o adolescente não tinha um alvo definido e que ele pode ter agido sob estímulo de grupos extremistas, que se organizam de forma virtual dentro e fora do Brasil.
ES: adolescente usou arma do pai e símbolo nazista em ataque a escolas
Após ser apreendido como principal suspeito de autoria do ataque a duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, um adolescente de 16 anos confessou o crime, informou a Polícia Civil do estado. O jovem contou que vinha planejando a ação há pelo menos dois anos. O adolescente é filho de um policial militar. “Os pais estavam destruídos e colaboraram muito com o nosso trabalho”, disse o delegado da Polícia Civil, João Francisco Filho, que apresentou os detalhes da apreensão ao lado do governador Renato Casagrande, do secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, e do secretário de Segurança Pública, Marcio Celante. De acordo com o delegado, o adolescente foi encontrado em um dos imóveis da família no município. A operação foi tranquila e houve cooperação tanto dos pais quanto do autor do crime. O ataque às duas escolas teve início por volta das 9h30 de hoje (25) e resultou na morte de pelo menos dois professores e uma aluna. Ficaram feridas 11 pessoas que foram levadas para hospitais da região.
Alguns dos feridos já foram liberados. Segundo as últimas informações, quatro pessoas apresentam quadro de saúde mais delicado: três professores, cujo estado é grave, e um aluno, em situação gravíssima. Já se sabe que o adolescente usou duas armas de responsabilidade do pai: um revólver de calibre .38, de propriedade privada e uma pistola .40 pertencente à Polícia Militar. Ele também levava três carregadores. O governador Renato Casagrande confirmou que, no momento do crime, o adolescente usava uma braçadeira com um símbolo nazista. Imagens das câmeras de segurança registraram a ação. O atirador vestia roupa camuflada e uma máscara de esqueleto, similar à usada em fotos nas redes sociais por um dos autores do massacre ocorrido em 2019 na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo.
Dívida Pública sobe 0,46% em outubro e fica em R$ 5,78 trilhões
A alta dos juros nos últimos meses impediu que a Dívida Pública Federal (DPF) caísse em outubro, mesmo com o alto volume de vencimentos de títulos prefixados (definidos com antecedência). Segundo números divulgados hoje (25) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 5,752 trilhões em setembro para R$ 5,778 trilhões no mês passado, avanço de 0,46%. O Tesouro prevê alta da DPF nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões. A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 0,6%, passando de R$ 5,496 trilhões em setembro para R$ 5,528 trilhões em outubro. No mês passado, o Tesouro resgatou R$ 8,34 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis prefixados (com juros fixos), que costumam vencer no primeiro mês de cada trimestre. A DPMFi, no entanto, subiu por causa da apropriação de R$ 41,1 bilhões em juros.
Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) subindo desde setembro do ano passado, a apropriação de juros aumenta. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 101,41 bilhões em títulos da DPMFi. Com o alto volume de vencimentos em outubro, os resgates somaram R$ 109,75 bilhões. O endividamento só subiu por causa da incorporação dos juros. No mercado externo, a queda do dólar em outubro reduziu o endividamento do governo. A Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 2,53%, passando de R$ 256,47 bilhões em setembro para R$ 250 bilhões em outubro. O principal fator foi o recuo de 2,77% do dólar no mês passado.
Batalha da inflação ainda não foi vencida, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje (25) ainda há dificuldades para controlar a alta generalizada de preços no Brasil e no mundo. “A gente ainda não venceu a batalha da inflação nem localmente, nem globalmente. É importante persistir”, afirmou Campos Neto, em palestra durante almoço promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). No entanto, as altas inflacionárias parecem estar se estabilizando, destacou o presidente do Banco Central. “As inflações no mundo parece que chegaram a um pico ou, pelo menos, a um patamar alto, e estão se acomodando ou caindo.” Campos Neto ressaltou que, no Brasil, o cenário atual faz com que o mercado preveja novas altas na taxa básica de juros para fazer frente ao problema. “O mercado espera que os juros voltem a subir. Acho que aqui tem uma incerteza em relação ao arcabouço fiscal”, acrescentou.
Segundo o presidente do BC, o cenário de inflação foi causado por um aumento de demanda durante a pandemia de covid-19 sem que houvesse aumento de oferta, especialmente de bens, que conseguisse acompanhar essa alta. “Foi colocado muito dinheiro em circulação, e esse dinheiro fez com que a demanda por bens subisse muito”, ressaltou. Para ele, a produção de bens, associada a mudanças nas matrizes energéticas, acabou pressionando a oferta de energia, situação que se agravou ainda com a guerra na Ucrânia.
Além disso, acrescentou Campos Neto, há componentes estruturais que têm causado tendências inflacionárias. Segundo ele, historicamente, os governos de todo o mundo têm buscado formas de aumentar a produtividade das economias, o que não foi feito nos últimos anos. “A produtividade cai, e os governos reagem fazendo reformas, mas não foi o caso dos últimos 10 ou 15 anos. A gente tem a produtividade caindo com o menor volume de reformas da história.” Para o presidente do BC, nos próximos meses, as pressões devem se manter, devido à necessidade de gastos na área social. “Os governos têm ainda necessidade de fazer diversos pacotes entendendo que exista uma necessidade social, mas a gente não pode ter a política monetária de um lado e a política fiscal do outro”, destacou.
Teor de biodiesel no diesel continuará em 10% até 31 de março
De 1º de janeiro a 31 de março, a mistura de biodiesel no diesel continuará em 10%. A medida foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, que aprovou parcialmente resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicada na última segunda-feira (21). Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência da República explicou que a medida traz previsibilidade e segurança ao processo de transição no CNPE e protege os interesses do consumidor em relação ao preço, à qualidade e à oferta dos combustíveis. Caso a medida não fosse tomada, o percentual subiria para 14% em 1º de janeiro. A Lei 13.033, de 2014, estabelece o percentual mínimo de 10% de adição e autoriza a elevação do teor da mistura obrigatória até o percentual de 15%. Em 2018, a CNPE estabeleceu um cronograma que previa o reajuste gradual do percentual mínimo até chegar a 15% em 1º de março do próximo ano.
Em 2021, o CNPE decidiu manter a mistura em 10% durante todo este ano. As justificativas foram o impacto da pandemia de covid-19 no mercado de combustíveis, a alta no preço da soja no mercado internacional e a desvalorização cambial. A mistura compulsória de biodiesel no diesel faz parte do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Entre os objetivos dessa política estão o estímulo ao desenvolvimento regional, à inclusão social e à redução de emissão de gases causadores do efeito estufa. A manutenção da mistura do biodiesel em 10% foi o único trecho da resolução do CNPE aprovado. Em relação às demais medidas propostas, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que elas foram rejeitadas porque trazem impactos de médio e de longo prazo e há tempo suficiente para serem estudadas.
Correios lançam rastreamento de entregas em tempo real
Em época de black friday, que aumenta a dinâmica do comércio online, os Correios anunciaram um aprimoramento no sistema de rastreamento de encomendas feitas por Sedex. Isso inclui o Sedex convencional, Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje. A partir de agora, o destinatário receberá as informações da entrega em tempo real. Para usufruir desse serviço de rastreamento, basta informar o número do telefone móvel do destinatário no ato da postagem (ou pré-postagem) para que ele possa receber as informações. Quando o carteiro sair para realizar a entrega do objeto, o destinatário será avisado de que a encomenda está na rota de distribuição. Quando o objeto estiver próximo do endereço de destino, o cliente receberá um link para acompanhamento em tempo real e interação com o entregador.
A funcionalidade está disponível para clientes das seguintes regiões do País: Maceió; Salvador; Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Vitória, Governador Valadares (MG), Varginha (MG), Montes Claros (MG), Uberlândia (MG), Cuiabá, Belém, João Pessoa, Jaboatão dos Guararapes (PE), Recife, Teresina, Maringá (PR), Curitiba, Londrina (PR), Rio de janeiro, Petrópolis (RJ), Campos dos Goytacazes (RJ), Natal, Novo Hamburgo (RS), Caxias do Sul (RS), Porto Alegre, Gravataí (RS), Santa Maria (RS), São José (SC), Florianópolis, Itajaí (SC), Aracaju, São José dos Campos (SP), Jundiaí (SP), Limeira (SP), Franca, São José do Rio Preto (SP), São Paulo, Barueri (SP), Santo André (SP), Osasco (SP), Guarulhos (SP), São Bernardo do Campo (SP), Palmas (TO). Para as demais modalidades de entrega, o serviço de rastreamento continua disponível para consulta pelo site ou pelo aplicativo dos Correios.
Enade: termina hoje prazo para estudantes preencherem questionário
Termina neste sábado (26) o prazo para preenchimento do Questionário do Estudante pelos inscritos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2022. O instrumento, que é obrigatório, deve ser respondido até as 23h59 (horário de Brasília) de hoje na página do Enade. A prova do exame será aplicada amanhã (27). Apenas após responder o questionário, é que o estudante conseguirá visualizar o cartão de confirmação da inscrição, que contém as informações sobre o local de prova. “O questionário deve ser respondido exclusivamente pelo estudante, não sendo admitidas quaisquer manipulações, influências ou pressões de terceiros”, alertou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As respostas específicas de cada participante são sigilosas e serão tratadas em conjunto com as respostas dos demais, por curso de graduação, para a geração de estatísticas e indicadores educacionais, informou o Inep.
A realização da prova e o preenchimento do Questionário do Estudante asseguram a regularidade dos no Enade. O não cumprimento de um desses instrumentos impossibilita a colação de grau do estudante. Neste ano, o Enade avaliará cursos de bacharelado das áreas de administração, administração pública, ciências contábeis, ciências econômicas, direito, jornalismo, psicologia, publicidade e propaganda, relações internacionais, secretariado executivo, serviço social, teologia e turismo. Também serão avaliados os cursos superiores de tecnologia das áreas de comércio exterior, design de interiores, design gráfico, design de moda, gastronomia, gestão comercial, gestão da qualidade, gestão pública, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais. O Enade avalia o rendimento dos estudantes concluintes dos cursos de graduação nos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos cursos, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.
Moraes desbloqueia recursos do PP e Republicanos em ação sobre urnas
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, excluiu hoje (25) o PP e o Republicanos do bloqueio de recursos do fundo partidário determinado na decisão que negou pedido da Coligação Pelo Bem do Brasil para questionar votos do segundo turno das eleições. Na quarta-feira (23), Moraes condenou a coligação, também formada pelo PL para apoiar a candidatura do presidente Jair Bolsonaro nas eleições deste ano, por litigância de má-fé, aplicando multa de R$ 22,9 milhões. Para garantir o pagamento, foi determinada a suspensão de repasses do Fundo Partidário.
Após a decisão, o PP e o Republicanos alegaram no TSE que não foram consultados sobre a ação que questionou o suposto mau funcionamento de urnas e que “reconheceram o resultado e a validade das eleições de 2022”. Ao decidir a questão, Moraes concordou que o PL não poderia falar pelos demais partidos ao protocolar a ação. “Ambos os partidos – Progressistas e Republicanos – afirmaram, expressamente, que reconheceram publicamente por seus dirigentes a vitória da Coligação Brasil da Esperança nas urnas, conforme declarações publicadas na imprensa e que, em momento algum, questionaram a integridade das urnas eletrônicas, diferentemente do que foi apresentado única e exclusivamente pelo Partido Liberal”, escreveu o ministro.
Haddad diz que reforma tributária é prioridade do próximo governo
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse hoje (25) que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, terá como prioridade a reforma tributária. Haddad, que foi ministro da Educação durante os mandatos anteriores de Lula, representou o presidente eleito em um almoço promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “A determinação clara do presidente Lula é que nós possamos dar no início do próximo governo uma prioridade total a reforma tributária”, enfatizou ao discursar para a plateia formada por dirigentes de instituições financeiras. Lula está em recuperação após ter se submetido, no início da semana, a uma cirurgia para retirada de uma lesão na laringe. Por recomendação médica, o presidente eleito deve evitar discursos ou falas longas durante alguns dias.
Segundo Haddad, a intenção de Lula é aproveitar propostas que já tramitam no Congresso Nacional a respeito dos impostos indiretos, que incidem sobre o consumo, para depois alterar o sistema dos tributos sobre renda e patrimônio. “Me parece que o presidente Lula vai dar uma prioridade no ano que vem a aprovação dessa etapa da reforma tributária, que diz respeito a alguns tributos. Mas, na sequência pretende encaminhar uma proposta sobre a reformulação dos impostos sobre renda e patrimônio”, destacou.
Além disso, o próximo governo deverá, de acordo com Haddad, ter atenção a qualidade dos gastos públicos. “A qualidade da despesa pública no Brasil piorou muito. Nós, hoje, temos um orçamento com muita dificuldade de atingir qualquer objetivo programado, seja da ciência tecnologia, da educação, do meio ambiente ou da saúde”, disse. Essa maior eficiência será, segundo o ex-ministro, feita em negociação com o Congresso. “Nós temos uma tarefa enorme de reconfigurar o orçamento e dar mais transparência, sem tirar o protagonismo do Congresso. O Congresso pode e deve participar da questão do orçamento no que diz respeito ao direcionamento dos recursos para despesas que os parlamentares consideram prioritárias. Mas isso não significa se descomprometer com a transparência e eficiência do gasto público”, acrescentou. O orçamento também deverá, de acordo com Haddad, equilibrar as políticas sociais com o controle dos gastos públicos. “O presidente Lula é um homem de diálogo que nunca opôs responsabilidade fiscal e responsabilidade social”, disse à imprensa.
Saúde precisa de recomposição orçamentária, diz transição
A equipe de transição do governo eleito alertou hoje (25) sobre a necessidade de recomposição do orçamento de 2023 e de transparência nas informações da Saúde. “Estamos falando mais do que insegurança sanitária, estamos falando de caos”, disse o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, e integrante do grupo temático na transição. Segundo ele, o cenário atual já é de insuficiência de recursos, diante do corte de gastos em diversos programas. A proposta do grupo é de recomposição mínima de R$ 22,7 bilhões. “Desse total R$ 10,4 bilhões são para continuar nesse cenário de insuficiência, do que hoje já é incapaz de cumprir a demanda, do efeito do corte do teto de gastos. E o restante é para minimamente avançar nas questões mais emergenciais”, destacou. Para isso, o grupo destaca a importância da aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que exclui da regra do teto de gastos públicos o novo Bolsa Família, a PEC da Transição. A medida libera R$ 105 bilhões do Orçamento de 2023, que hoje são destinados ao Auxílio Brasil, para serem utilizadas em outras áreas.
Para o ex-ministro Chioro, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) está sendo desestruturado e esse é um dos mais graves problemas da saúde no Brasil. Ele citou ainda que há enormes filas para exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS), falta de medicamentos e alta das internações de bebês por desnutrição no país [https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-10/internacao-de-bebes-por-desnutricao-atinge-maior-nivel-em-13-anos]. Segundo ele, até 2015, o Brasil mantinha cobertura superior a 95% para todas as vacinas. “Essas coberturas foram caindo e hoje estamos em situação de absoluta inseguraça”, disse ele, apontando relatos de gestores municipais e estaduais de saúde e de especialistas ouvidos pelo grupo. BCG e poliomielite, por exemplo, estão com cobertura de 70%.
Para Chioro, falta planejamento para 2023. O Instituto Butantã fornece oito das vacinas que compõem o PNI e nenhuma delas recebeu a programação do Ministério da Saúde, segundo Chioro. “Não somos governo, mas é fundamental que essas decisões sejam tomadas”, disse. Hoje, em Montevidéu, no Uruguai, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que participou da 51ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul. Ele disse que, no encontro, destacou o esforço do Brasil para ampliar a cobertura vacinal contra a poliomielite, “uma das nossas mais importantes missões este ano”. “Pude falar também sobre a aprovação das vacinas bivalentes contra a covid-19, que protegem contra o vírus original da doença e contra a variante ômicron. Certamente será mais uma arma do Brasil no combate à covid-19”, escreveu no Twitter.
Informações: Ainda segundo Chioro, as primeiras informações enviadas pelo Ministério da Saúde à transição não continham informações como o tamanho do estoque e o prazo de validade de vacinas. Para ele, esse complemento é fundamental para o planejamento do novo governo e os dados já foram solicitados. O grupo temático da saúde fez hoje uma apresentação parcial dos trabalhos, após 12 reuniões com diversas entidades do setor e do governo. Também foram apontadas deficiências na transparência e circulação de informações do Ministério da Saúde para estados e municípios, como a questão do estoque de vacinas e medicamentos, e desorganização e imprecisão nos sistemas da área. Segundo Chioro, o relato é que os dados contidos nos sistemas de informação não correspondem à realidade porque os municípios não conseguem informar ao Ministério da Saúde.
Outra dificuldade apontada por Chioro é a falta de um levantamento sobre o tamanho das filas para consultas especializadas, exames e cirurgias eletivas, procedimentos represados durante a pandemia. “Inacreditavelmente, não existe no Ministério da Saúde nenhuma informação que possa apontar o tamanho do déficit do maior problema de saúde apontado pela população”, disse. A equipe de transição solicitou dados às secretarias estaduais e municipais de Saúde, que estão sendo levantados com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). “Estima-se que 1 bilhão de procedimentos deixaram de ser realizados nos últimos anos”, disse o ex-ministro. “Os secretários dizem que, se o ministério conduzir uma política nesse sentido [de reduzir filas e tempo de espera], temos capacidade de responder imediatamente. Foi a mesma resposta do setor privado”, completou.
Análise do TCU: O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, outro integrante da transição, disse que o Tribunal de Contas da União (TCU) está fazendo a análise de diversas questões que também foram levantadas pelo grupo. Segundo ele, a documentação do TCU aponta para “crimes e omissões” da atual gestão. As informações foram levantadas em reunião do grupo com o órgão. Entre as questões, está a utilização de organizações sociais que hoje fazem a gestão da saúde em cerca de 100 municípios do país, com mais de mil contratos em andamento. O modelo não tem regulamentação nacional e cada ente estabeleceu seus critérios de contratação.
Outro tema é a gestão dos hospitais federais no Rio de Janeiro, que, segundo Temporão, estão em situação de degradação, sucateamento e fechamento de leitos. O TCU ainda fará a análise da política de comunicação do governo durante a pandemia de covid-19, do sigilo estabelecido pelo Ministério da Saúde sobre os estoques de vacinas contra a doença e o impacto da pandemia sobre povos indígenas, crianças e adolescentes e mulheres grávidas. Por fim, há a alta na judicialização da saúde, inclusive entre gestores. “O Ministério da Saúde está se omitindo e deixando de comprar medicamentos. Estados e municípios estão arcando e entrando na Justiça contra a União para serem ressarcidos”, contou Temporão.
Covid-19: em 24 horas foram registrados 44.830 novos casos
O Brasil registrou, desde o início da pandemia, 689.442 mortes por covid-19, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje (25) pelo Ministério da Saúde. O número total de casos confirmados da doença é de 35.149.503.Em 24 horas, foram registrados 44.830 novos casos. No mesmo período, foram confirmadas 101 mortes de vítimas do vírus. Ainda segundo o boletim, 34.201.418 pessoas se recuperaram da doença e 258.643 casos estão em acompanhamento. O boletim de hoje não traz os dados atualizados de Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Tocantins.
Estados
De acordo com os dados disponíveis, São Paulo lidera o número de casos, com 6,18 milhões, seguido por Minas Gerais (3,90 milhões) e Paraná (2,76 milhões). O menor número de casos é registrado no Acre (153,4 mil). Em seguida, aparece Roraima (178,5 mil) e Amapá (180,9 mil). Em relação às mortes, de acordo com os dados mais recentes disponíveis, São Paulo apresenta o maior número (176.133), seguido de Rio de Janeiro (76.054) e Minas Gerais (63.943). O menor número de mortes está no Acre (2.029), Amapá (2.165) e Roraima (2.176).