Nesta quarta-feira (2), o Fórum da Assembleia Geral das Nações Unidas foi aprovou resolução contra a invasão russa da Ucrânia. Foram 141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções. O Brasil se alinhou à ampla maioria e também votou a favor. Confira como foi a votação:
O texto “deplora nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia”. Ela é não vinculante, o que significa que, a partir dela, os países não são obrigados a fazer nada. Sua importância, portanto, é política: mostra como a maioria dos países vê a invasão promovida por Moscou.
Boa parte da comunidade internacional acusa a Rússia de Vladimir Putin de violar o artigo 2 da Carta das Nações Unidas, que pede aos seus membros para não recorrer a ameaças ou à força para solucionar conflitos. O texto, promovido pelos países europeus e Ucrânia, e apoiado por 141 países de todas as regiões do mundo, sofreu inúmeras alterações nos últimos dias para chegar a um acordo mínimo aceitável para os mais relutantes.
A resolução deixou de “condenar”, como estava inicialmente previsto, para “deplorar nos mais fortes termos a agressão da Rússia contra a Ucrânia”.
Praticamente todos os oradores na Assembleia condenaram a guerra, a insegurança e o risco de escalada do conflito armado em um mundo que começava a se recuperar dos estragos devastadores da pandemia de Covid-19, como demonstra a escalada de preços das matérias-primas, principalmente do gás e petróleo, ou a queda das bolsas de valores.
Sem mencionar a iminente crise humanitária que já levou centenas de milhares de cranianos a deixar o país em busca de um lugar seguro e causou dezenas de mortes de civis. A Rússia sustenta que sua invasão é “legítima defesa”. “Não foi a Rússia que iniciou esta guerra.
Essas operações militares foram iniciadas pela Ucrânia contra os habitantes de Donbas (a região separatista no leste do país) e contra todos aqueles que não concordavam com ela”, defendeu como um mantra o embaixador russo Vassily Nebenzia, no fórum internacional em Nova York.
Logo após a aprovação da resolução, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, fez um breve pronunciamento. “O mundo estava se recuperando da Covid-19”, iniciou ao lamentar o conflito. “A nossa tentativa é de generosidade. Continuo fazendo tudo ao meu alcance para que se consiga a paz. O mundo todo exige essa paz”, salientou.
O embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Ronaldo Costa Filho, explicou o posicionamento brasileiro. Ele defendeu o diálogo e as discussões sobre a paz. “O Brasil continua a exortar todos os atores a desescalar e renovar os esforços em favor de um acordo diplomático negociado entre a Ucrânia e a Rússia que contribua para o restabelecimento da segurança e da estabilidade da região”, defendeu.