Mandetta muda e critica quarentena; Mourão defende isolamento
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ajustou o discurso e, alinhado com o presidente Jair Bolsonaro, criticou as decisões de Estados quanto à adoção de quarentena para evitar a propagação do novo coronavírus. ‘Temos que melhorar esse negócio de quarentena, não ficou bom’, disse durante a divulgação do número de 57 mortos e 2.433 casos confirmados da Covid-19 no Brasil. Já o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que a orientação do governo para combater a pandemia continua sendo isolamento e distanciamento entre as pessoas.
Isolado, Bolsonaro vê governadores e Exército distantes
Enquanto a população se isola em suas casas para tentar ajudar na contenção do novo coronavírus em boa parte do país, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido)m fica cada vez mais isolado politicamente. Lideranças do Congresso Nacional, o vice-presidente Hamilton Mourão, representantes do Judiciário, governadores, prefeitos, entidades médicas e até parte da cúpula militar marcaram distância da conduta do mandatário na crise.
Itália pagou preço alto ao resistir a isolamento social
A Itália sentiu na pele as consequências de tratar a pandemia de coronavírus como se fosse uma “gripezinha”, como diz frequentemente o presidente Jair Bolsonaro. Em 28 de fevereiro deste ano, quando o país registrava 17 mortes pela Covid-19, prefeitos e governos regionais começaram a tomar uma série de medidas preventivas para proteger a população, tais como o fechamento de escolas e a proibição de aglomerações públicas. Algumas destas cidades ainda não haviam registrado casos da doença, e buscavam se antecipar ao pior. À época, apenas 11 regiões da Lombardia e Vêneto (ambas no norte), com uma população total de 50.000 pessoas, haviam sido isoladas pelo Governo localidades onde o vírus, atualmente, foi praticamente contido.
OMS dá recado a Bolsonaro: ‘Doença muito séria’
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, insistiu nesta quarta-feira, 25, que a pandemia é “muito séria” e que “em muitos países, as UTIs estão lotadas” ao ser questionado por um jornalista sobre sua mensagem ao presidente Jair Bolsonaro. Na noite de terça-feira, em rede de televisão e rádio, classificou a epidemia de coronavírus como um “resfriadinho”, criticou a imprensa por espalhar o pânico e a histeria e desautorizou os governadores que tomaram medidas mais restritivas para impedir a disseminação sob o conselho de autoridades médicas e em linha com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A pandemia já infectou mais de 400.000 pessoas no mundo e matou 19.000. No Brasil, 2.201 pessoas estão contaminadas e 46 morreram, segundo os dados do Ministério da Saúde.
Governadores vão contra Bolsonaro e mantêm isolamento
Em reunião virtual sem a participação do presidente, Jair Bolsonaro, e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, governadores reiteraram na quarta-feira os procedimentos de isolamento adotados para conter a pandemia do novo coronavírus. A manutenção das medidas recomendadas por epidemiologistas foi uma das tônicas da videoconferência, e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, foi o único que relativizou as medidas restritivas.
Em nota, prefeitos cobram ‘comando sério’ no País
Além das críticas de governadores ao discurso em que o presidente Jair Bolsonaro defendeu o fim do isolamento social como estratégia de contenção do novo coronavírus, prefeitos também se manifestaram de forma contrária à postura do chefe do Executivo. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que representa os prefeitos e os municípios brasileiros, considerou que Bolsonaro agiu de forma inconsequente, mesmo estando preocupado com o futuro da economia. Para a entidade, o presidente trouxe “insegurança e intranquilidade” à população.
Covid-19 pode custar R$ 410 bilhões ao SUS
O novo coronavírus pode exigir R$ 410 bilhões a mais dos cofres públicos para que o Sistema Único de Saúde (SUS) consiga atender a população infectada. A projeção está registrada em documento enviado na terça-feira pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a Paulo Guedes, da Economia.
Nova MP repassa R$ 3 bilhões ao Bolsa Família
O presidente Jair Bolsonaro liberou crédito de R$ 3 bilhões para o programa Bolsa Família. A decisão foi por meio da Medida Provisória nº 929/2020, publicada em edição extra do Diário Oficial da União de ontem. Pelo Twitter do Ministério da Cidadania, o ministro Onyx Lorenzoni afirmou que mais de 1,2 milhão de famílias serão incluídas no programa, totalizando 14,3 milhões de famílias e 57 milhões de pessoas beneficiadas.
Guedes pode cortar salários do funcionalismo
O ministero da Economia, Paulo Guedes, estuda uma medida que envolve propor a redução temporária (durante três meses) de 30% dos salários de funcionários públicos que recebam mais de R$ 10 mil. Com esses recursos, o governo espera ter à disposição mais de R$ 130 bilhões para distribuir às pessoas em condição de maior vulnerabilidade uma quantia entre R$ 300 e R$ 400.
ESPORTES
Morre técnico da seleção de esgrima
Morreu na quarta-feira, em São Paulo, o russo Gennady Miakotnykh, técnico da seleção brasileira de esgrima, aos 79 anos, informou a confederação brasileira da modalidade. A entidade não divulgou as causas da morte, mas a suspeita de pessoas próximas é de que Miakotnykh tenha contraído coronavírus. (Via Veja)
Atletas rejeitam redução de salários e pedem CBF como ‘fiadora’
Nesta quarta-feira, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (FNAPF) rejeitou a proposta da Comissão Nacional dos Clubes (CNC) que previa redução salarial de 25% para os jogadores durante a paralisação do futebol por conta da pandemia de coronavírus. Em documento encaminhado ao presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, representante da CNC, os atletas manifestaram seu posicionamento. Os atletas ajustaram a proposta de férias coletivas, dizendo que “a entidade que representa os atletas aceita 30 dias de férias entre 1 e 30 de abril, mas com pagamento integral das férias e o terço constitucional até o dia 4 de maio” a proposta anterior previa férias de 20 dias com pagamento espaçado.
Presidente diz que vai garantir abertura de lotéricas
O presidente Jair Bolsonaro quer todas as casas lotéricas funcionando no Brasil. Em manifestação na noite desta quarta-feira, 25, pelas redes sociais, o presidente disse que pretende atualizar o Decreto 10.282 para que as lotéricas possam funcionar em sua plenitude. “No Brasil, existem 12.956 casas lotéricas e 2.463 se encontram fechadas por decretos estaduais ou municipais. Para que possam funcionar em sua plenitude, atualizei, nessa data, o Decreto 10.282”, postou Bolsonaro. Muitas lotéricas no País estão de portas fechadas em razão de determinações estaduais dentro das ações de enfrentamento do novo coronavírus.